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Onde nascem as ideias?

7 de Maio de 2015

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Nas nossas jornadas, toda ideia pode virar algo maior. Mas como de fato isso acontece? De onde vem a primeira ideia? Qual é a magia que acontece para ela crescer?
 
Durante o banho, no caminho para o trabalho, antes de dormir. Não existe hora marcada para ter uma boa ideia. Mas uma coisa é certa: nenhuma ideia se torna grande de uma hora para outra. Steven Johnson, um famoso escritor de ciência norte-americano, tratou de estudar a fundo esse tema para poder afirmar que as grandes inovações da humanidade não são feitas de grandes gênios, mas sim, frutos de muita dedicação, um ambiente favorável e múltiplas conexões. 
 
Johnson acredita que as ideias nunca são isoladas. Quanto mais conexões e recombinações, melhor. Tanto na escala do nosso cérebro, quanto nas dimensões de uma organização, uma cidade ou um país. Em meio a todas as suas pesquisas, ele descobriu que novas e boas ideias acontecem a partir de sete padrões, tanto comportamentais como ambientais. São eles: 
 
 
1. O adjacente possível: as ideias evoluem a partir de outras
 
O adjacente possível trata das combinações que você pode fazer em cada estágio. É como as portas de uma sala. Cada uma que você escolher abrir vai dar em outra sala com outras portas. Esse desdobramento é infinito. Mas não dá para pular salas inteiras, tem que percorrer todo o caminho. Por exemplo: o YouTube não seria um sucesso se tivesse sido criado nos anos 80, pois a web ainda não era banda larga e não comportava vídeos com as facilidades de hoje. Assim, antes de desenvolver uma ideia, é bom dar uma olhada nas portas para ver se elas já foram abertas. Às vezes, é preciso esperar mais um pouco.
 
 
2. Redes Líquidas: as redes nas quais as informações se chocam constantemente.
 
Ficou claro que boas ideias são resultados de conexões, certo? Então quanto maiores as possibilidades de conexões e adjacentes possíveis, mais favorável é o ambiente. Boas ideias nascem da seguinte pré-condição: uma grande rede que tenha capacidade de se adaptar e adotar novas configurações. Isso não quer dizer que as redes sejam inteligentes por si só, mas sim que os indivíduos se tornam mais inteligentes quando se conectam nelas. Por esse motivo, Johnson defende que cidades maiores costumam ser mais propícias a boas ideias. Elas reúnem mais pessoas diferentes, culturas e modos de organização. Quando o indivíduo se conecta nessa rede, tem mais elementos para recombinar. Seu adjacente possível aumenta com o tamanho da rede em que está inserido.
 
 
3. A intuição lenta: o processo para se fazer uma descoberta
 
Como Malcolm Gladwell – autor de Blink: a decisão num piscar de olhos - já demonstrou, intuição é nosso cérebro trabalhando em background com todas as conexões que conseguiu acumular, correlatas ou não, até a hora que a linha de raciocínio se completa. Esse é o momento do clique, do insight! Mas o trabalho para chegar até ele é bem lento. As conexões levam anos para encontrar um caminho e se ligar umas às outras e também dependem dos adjacentes possíveis. Esse é o motivo de Johnson criticar o sistema padrão de brainstormings, já que a probabilidade das conexões entre os participantes encontrarem um caminho entre os adjacentes possíveis em tão pouco tempo é bastante improvável. Inspirado num hábito do famoso naturalista Darwin, Johnson recomenda que todas as ideias e informações sejam registradas e revistas frequentemente. 
 
 
4. Serendipitia: as descobertas aparentemente acidentais
 
A palavra é estranha, mas tem boa intenção. Ela tem origem em um conto persa, que conta a história de três reis que viajavam para visitar uma princesa. Durante o caminho, eles descobriram várias coisas que não estavam procurando. Serendipitia é isso: encontrar soluções por acaso.
 
Quer ver alguns exemplos clássicos? O forno de micro-ondas foi inventado durante a Guerra Fria, em 1945, pelo engenheiro americano Percy Spencer. Ele notou que as micro-ondas aqueciam e derretiam os chocolates deixados em seu bolso. Outros exemplos que nasceram com um propósito, e depois tiveram outros fins foram o velcro, o GPS e a própria internet. Todos desenvolvidos durante a guerra. Todos foram muito além.
 
Para que a Serendipitia aconteça, é preciso provocar constantemente conexões inusitadas e pensar sobre como elas poderiam ser desdobradas. A internet pode ajudar bastante quando a gente encontra assuntos interessantes que não estava procurando, por exemplo. Mas não esqueça: a mente tem que estar preparada e atenta para esses momentos - senão é só perda de tempo.
 
 
5. Erros: o erro como aprendizado
 
As pessoas que têm mais boas ideias também erram mais. Isso é totalmente compreensível, já que essas pessoas também fazem mais conexões. Às vezes, a gente acha que alguma coisa é errada só porque não existe uma explicação para elas. Os cientistas que descobriram sinais do Big Bang levaram mais de um ano achando que as manchas que estavam enxergando eram problema do telescópio!
 
 
6. Exaptação: as invenções de uma área aplicadas em outra
 
Esse é um termo emprestado da biologia que descreve organismos otimizados para funções específicas, mas que depois foram usadas para outros fins com sucesso. Aqui vão dois exemplos inovadores: a prensa de Gutenberg que foi inspirada nas prensas de uva para fazer vinho e a World Wide Web, que nasceu dentro de um laboratório para servir de plataforma de pesquisa para hipertextos, e hoje serve para tanta coisa que ninguém tinha pensado antes. 
 
 
7. Plataformas: as camadas superpostas
 
Nenhuma boa ideia começa do zero. Parafraseando Isaac Newton, para ver mais longe é preciso ficar em pé sobre ombros de gigantes. Se você usou plataformas abertas (sejam tecnológicas, matemáticas, literárias, artísticas ou o que for) para desenvolver sua ideia, seja generoso e deixe sua plataforma disponível para os que vêm a seguir. Assim, todo mundo ganha.
 
Todos esses padrões definidos por Johnson combinam perfeitamente com a nossa rede de cocriação. Afinal, as boas ideias surgem da colisão de pelo menos dois palpites, que formam algo maior que eles próprios. E já que compartilhar é sempre uma ideia benéfica, aqui no Cocriando nós compartilhamos informação, colaboração e criatividade. Tudo isso em um ambiente que mistura nossas ideias e gera inovação para a Natura.
 
Para encerrar, fique com essas dicas valiosas de Steven Johnson e torne suas ideias cada vez maiores aqui com a gente:
 
Saia para caminhar; cultive intuições; anote tudo, mas mantenha suas anotações um pouco bagunçadas; abrace a serendipitia; cometa erros criadores; tenha múltiplos hobbies; frequente cafeterias e outras redes líquidas; siga os desdobramentos; deixe os outros construírem sobre suas ideias; empreste, recicle, reinvente. Construa uma base de contatos emaranhados.
 
Para saber mais:
 
 

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