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Procrastinação e a incrível caça ao foco

29 de Julho de 2015

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Cheio de tarefas atrasadas? Não sabe como aproveitar seu tempo? Treine seu cérebro e evite o desperdício de tempo
 
Você chega no trabalho, liga o computador e lá está ele: aquele relatório superchato que você vem evitando desde o começo do mês e que precisa ser feito até o fim desta semana. Quando você finalmente começa a escrever as primeiras linhas, chegam duas mensagens no WhatsApp. Você para pra ler - afinal é rapidinho – e depois que termina se lembra que ainda não deu aquela olhadinha básica de todos os dias no Facebook. Você abre o navegador de internet e logo está perdido entre e-mails pessoais, site de notícias, aquele videozinho do YouTube que acabaram de te enviar...  Nisso já se foi boa parte do dia e você pensa: “Está muito tarde para começar o relatório. Melhor deixar pra amanhã”.
 
Este fenômeno tem um nome, que mais parece um palavrão: procrastinação. O verbo, procrastinar, significa isso mesmo que o parágrafo anterior dá a entender: você vai adiando determinadas ações e “empurrando com a barriga”, se ocupando de coisas que pedem muito menos foco de você. Em outras palavras: o seu tempo, que a gente já tinha explicado bem aqui o quanto é valioso, vai sendo desperdiçado e jogado no lixo. E aquelas horas que você teria para resolver uma tarefa tornam-se poucos minutos – te obrigando a tirar, lá na frente, o tempo daquelas coisas que realmente importam e te dão prazer, como curtir os amigos e a família.
 
Na definição do psicólogo Piers Steel, da Universidade de Calgary, no Canadá, autor do livro A Equação de Deixar para Depois, existe uma diferença enorme entre “preguiça” e “procrastinação”. O procrastinador quer cumprir a tarefa, mas por algum motivo não consegue. De acordo com Piers, a maioria dos adiadores vive culpada, tensa, estressada, ansiosa e com baixa autoestima por não conseguir se programar direito para fazer as coisas com antecedência, como imagina que os outros colegas de trabalho façam. “De longe, os principais motivos pelos quais adiamos as coisas são falta de confiança, achar a tarefa chata ou pouco prazerosa e a distração provocada pela impulsividade”, afirma Piers, em entrevista para a revista Você S/A. Este último item ajuda a compreender a razão pela qual uma pessoa pode se desviar até mesmo de coisas que gosta de fazer.
 
Um estudo da Universidade do Colorado afirma que, da perspectiva da evolução humana, a procrastinação seria um subproduto da impulsividade e que um único gene define as duas coisas. Para o homem das cavernas, cuidar do que rolava no presente era mais importante do que pensar no futuro e fazer planos de longo prazo. O foco era em saciar as necessidades básicas e instantâneas de sobrevivência.
 
Assim sendo, o homem teria desenvolvido o instinto de reagir a estímulos imediatos mudando o foco de sua atenção: e então a pessoa perde a concentração no que está fazendo para desviá-la para algo momentâneo. O “urgente” supera o “importante”.
 
O inventor da lâmpada, Thomas Edison, por exemplo, já sofria desse mal lá no século 19. Pois é. Uma edição de 1910 do jornal New York Times traz um relato, que conta como Edison tinha vários problemas de concentração: não conseguia focar em mais de um trabalho por muito tempo, sofria quando precisava ler um livro inteiro e não conseguia nem se dedicar ao casamento, por conta da falta de tempo – ou do desperdício dele.
 
Esperto que era, um belo dia Edison se deu conta do problema e passou a se focar tanto em suas invenções que trabalhava por horas sem nem se lembrar da pausa para o almoço.  Depois disso, foi só sucesso: produziu mais de duas mil invenções. Sendo que a primeira delas, ironicamente, foi o telégrafo quádruplo, um aparelho que permitia enviar ou receber mensagens rapidamente ao mesmo tempo.
 
Tudo começa com pequenos passos que aos poucos te levarão a uma vida menos conectada e mais produtiva. Vamos lá?
 
Separe o urgente do importante
 
O primeiro passo é entender a diferença entre um e outro. Urgente é tudo aquilo que gera punição caso você não resolva no prazo estabelecido. Já as coisas importantes são aquelas que te ajudam a conquistar certos objetivos, mas sem prazo definido. Simples? Nem sempre, já que algumas tarefas podem ser importantes e urgentes ao mesmo tempo.
 
Vamos colocar isso na prática: pegue caneta e três folhas de papel e anote três coisas que você quer fazer ao longo na vida. Coisas concretas, que possam ser realizadas. Tipo aprender a falar alemão, publicar um livro, ganhar uma competição de esportes. Escreveu? Agora vá no topo da lista e escreva: importante.
 
Na outra folha, coloque tudo o que precisa ser feito hoje. Todas as tarefas mesmo, como levar o lixo para fora ou pagar a conta de luz. Escreva lá em cima: urgente. Essas são tarefas geralmente não muito prazerosas e que vão sendo adiadas até os últimos minutos.
 
A última folha fica para tudo o que você quer ou precisa fazer nos próximos dias: ir ao cabeleireiro, marcar uma consulta no dentista. Essas são atividades não urgentes. Precisam ser feitas, mas não agora.
 
Pronto. Agora você já sabe quais são as coisas que devem ser consideradas como prioridade ou não.
 
Desconecte-se
 
Celular, notebook, tablet... a tal da tecnologia também poder ser sua aliada para manter o foco. Existem aplicativos que marcam o tempo de suas tarefas, como o Focus-booster, que te dá cinco minutos para descansar depois de 25 minutos de trabalho.
 
Outros apps, como o Freedom ou o Self-Control bloqueiam os sites que mais  nos deixam distraídos, como o Twitter e o Facebook.
 
Divida suas tarefas em fatias
 
O cérebro humano consegue se fixar em um único objetivo por, no máximo 60 minutos. Depois desse tempo, as chances de você se distrair são muito maiores.  Em entrevista para a revista Exame, a professora adjunta da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, Carla Tieppo, conta que a melhor forma de contornar essa situação é dividir tarefas em pequenas partes de tempo.
 
Por exemplo, escolha uma tarefa e foque nela por 50 minutos. Passado esse tempo, tire dez minutos de folga para acessar as redes sociais ou tomar um cafezinho.
 
Sabe aquela mesa de trabalho bagunçada, na qual a simples tarefa de achar uma caneta leva um tempão? Ela não está te ajudando a ficar mais focado. Pesquisa feita pela Psychological Science mostra que quanto mais desorganizado o ambiente, menos concentradas são as pessoas que trabalham nele. Ou seja, se o seu objetivo é terminar uma tarefa, mantenha sua mesa limpa e arrumada.
 
Pronto para colocar as dicas em prática? Lembre-se que este é um processo demorado, no qual seu cérebro precisa reaprender a escolher prioridades. Por isso, nada de desanimar nos primeiros tropeços – eles virão, saiba disso. Mantenha a força de vontade e veja sua concentração melhorar com o tempo. E veja o seu tempo, enfim, parar de ser desperdiçado e passar a render de verdade.
 
Saiba mais:
 
 
Você é atento ou distraído? Faça o teste.
 

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