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Lixão de última geração

14 de Agosto de 2015

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Saiu uma nova versão daquele celular... e o que você faz com o antigo?
 
Não existe qualquer dúvida a respeito do tanto que a tecnologia ajudou a mudar a nossa vida para melhor nos últimos anos – celulares, tablets, notebooks, tudo ajudou a tornar as coisas mais portáteis, móveis e diminuir igualmente as distâncias. Mas existe um outro ponto que quase ninguém lembra. Quando sai aquela versão atual do smartphone que todo mundo sonha em ter e você vai para a fila da loja, querendo garantir o seu. E logo quer customizar assim que tem o aparelho em mãos. E rapidamente se esquece de um ponto: você tem a versão anterior. E agora? O que fazer com ela?
 
Até mesmo o sujeito mais engajado nas questões de reciclagem não sabe direito o que fazer com o celular assim que está ultrapassado. Aliás, será mesmo que está ultrapassado? Será que, para o uso que você faz do equipamento, manter o modelo anterior não seria o mais apropriado? Essa troca não seria, na verdade, apenas por status e, portanto, um baita desperdício?
 
Um estudo realizado pelo Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) em parceria com a empresa Market Analysis concluiu que o tempo médio de vida útil do celular para o brasileiro não chega a três anos e dificilmente ultrapassa cinco anos. O resultado dá ao aparelho o título de campeão em rapidez de descarte em relação aos outros eletrônicos como TV, DVD/blu-ray, computador, impressora e mesmo em relação a eletrodomésticos como fogão e geladeira.
 
O que motiva a troca dos aparelhos, em grande parte, é a chamada obsolescência programada, a decisão do produtor de, propositadamente, desenvolver, fabricar e distribuir um produto de forma que se torne obsoleto para forçar o consumidor a comprar a nova geração do produto. Um em cada três celulares e eletroeletrônicos são substituídos por falta de funcionamento e três em cada dez eletrodomésticos são substituídos por apresentarem defeitos, mesmo estando em funcionamento.
 
“Podemos observar também a obsolescência psicológica, quando os consumidores trocam de produtos mesmo que ainda não apresentem defeitos, estimulados pela rápida substituição dos modelos do mercado”, analisa João Paulo Amaral, pesquisador do Idec responsável pela pesquisa, em entrevista ao site Olhar Digital.
 
Segundo o estudo, 81% dos entrevistados trocam de celular sem antes levá-lo à assistência técnica para saber se é possível consertá-lo. Na verdade, eles nem sequer pensam nisso. Simplesmente descartam. E, vejam só, de acordo com o Greenpeace, os resíduos eletrônicos – entenda aí celulares e também players de MP3, computadores, pendrives, cartões de memória – já representam 5% de todo o lixo produzido pela humanidade. Isso quer dizer que 50 milhões de toneladas são jogadas fora todos os anos pela população do mundo.
 
Um relatório recente da ONU diz que cada brasileiro produz cerca de 7 kg de lixo eletrônico – parte dos 50 milhões de toneladas produzidas mundialmente, o equivalente a oito vezes o peso da pirâmide egípcia de Gizé. A situação é particularmente perigosa para a natureza porque muitos aparelhos eletrônicos estão carregados de metais pesados prejudiciais à saúde, como chumbo, mercúrio, cádmio e zinco. Esses materiais, se não forem descartados e reciclados de maneira adequada, podem contaminar os lençóis freáticos e causar um verdadeiro desastre ecológico.
 
Além do lado do desperdício e dos danos ao meio-ambiente, existe também a questão financeira aí. Um levantamento feito pelo site Minhas Economias comprovou que a troca anual de aparelhos pode representar um risco financeiro para o usuário. O objetivo foi verificar quanto uma pessoa economizaria em 30 anos, caso optasse por trocar de celular de dois em dois anos ou de três em três, ao invés de anualmente. O cálculo mostra que usuários que escolhessem trocar seus aparelhos de dois em dois anos teriam R$ 40.680,43 a mais, enquanto os que optassem por adquirir um novo smartphone a cada três anos economizariam R$ 54.225,23. Uma quantia considerável, não?
 
Vamos, então, repetir uma questão feita no começo do texto: você precisa mesmo trocar de celular? Você está trocando por você... ou para impressionar alguém? Isso não é desperdício de tempo e também de dinheiro?
 
Pense nisso. :D
 
Saiba mais:
 
 
 
 

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