Por motivos de configurações ou incompatibilidade técnica, este navegador não suporta criação de Cookies. Sem este recurso as funcionalidades Sociais e de Colaboração estarão indisponíveis. Para usufruir de todas as funcionalidades da Plataforma Cocriando atualize seu navegador ou faça download de um navegador diferente.

Blog

Hackerspaces

6 de Novembro de 2015

Curtir (0) Comentar () Compartilhe

Ponto de encontro ideal para quem quer colocar a mão na massa,
estes laboratórios abertos são o coração do Maker Movement 
 
O ano era 2010. O projeto Spacebridge colocou no espaço um balão metereológico para tirar fotos da Terra. A notícia não teria lá muita novidade se a gente estivesse falando da NASA ou de um departamento especializado do governo. Mas quem fez isso foi um grupo de pessoas comuns, numa experiência que custou cerca de US$ 250 no total.
O projeto foi desenvolvido num lugar chamado Noisebridge, no distrito de Mission, verdadeiro centro cultural da cidade de São Francisco. Trata-se de um hackerspace – que os próprios frequentadores definem como “um espaço aberto onde as pessoas são livres para se expressar criativamente e produzir o que lhes dá prazer”. A ideia geral é que que todos se ajudem, ensinem e aprendam uns com os outros.
A palavra “hacker” pode assustar e dar a entender que estamos nos referindo àquele estereótipo clássico dos “piratas de computador” que derrubam sistemas e invadem computadores alheios por hobby. Nada disso. A Wikipedia (https://pt.wikipedia.org/wiki/Hacker)  define hacker como sendo “indivíduo que se dedica, com intensidade incomum, a conhecer e modificar os aspectos mais internos de dispositivos, programas e redes de computadores”. Neste caso, estamos falando de pessoas que tenham esta vontade, esta curiosidade e esta disposição para descobrir (ou “decifrar”, como diz uma tradução comum do verbo “hack”), inventar e fazer por conta própria.
“Podemos fazer muito com muito pouco, e para isso as pessoas não precisam necessariamente de muito dinheiro. Há outros recursos importantes, como tempo”, explica Mitch Altman, fundador do Noisebridge, para a Folha de S.Paulo (http://www1.folha.uol.com.br/tec/2013/12/1385398-em-san-francisco-hackerspace-lancou-balao-de-us-250-no-espaco.shtml).
Foi nestes hackerspaces, essencialmente “espaços compartilhados de conhecimento e criatividade”, que nasceu o movimento maker, sobre o qual falamos já aqui. A ideia é sempre reunir fazedores, designers, criadores, inventores e empreendedores, ajudando a traduzir suas ideias em um item efetivamente fabricado/produzido, ali, mão na massa. Para ajudá-los, além da troca de experiências dos mais diferentes especialistas, estão disponíveis para utilização os mais diversos materiais e máquinas.
Este é, por exemplo, o conceito por trás dos chamados Fab Labs – ou “laboratórios de fabricação”, que diferem dos hackerspaces apenas pela questão da organização. Surgido no Centro de Bits e Átomos do MIT, ele se tornou uma verdadeira rede, a Fab Foundation, com quase 450 laboratórios localizados em mais de 60 países. Existem 11 fab labs associados à Fab Lab Brasil Network – um em Brasília, um em Belém, um em Cuiabá, um em Porto Alegre, um em Recife, um em Florianópolis, um em Curitiba, um no Rio de Janeiro e três em São Paulo.
Uma das unidades paulistanas fica dentro da escola de engenharia do Instituto Insper, no bairro da Vila Olímpia – e todas as quintas-feiras, fica 100% aberto para qualquer um que quiser conhecer ou já chegar e começar a trabalhar. O maquinário à disposição é farto e variado: impressora 3D, cortadora a laser, cortadora de vinil, fresadora pequena e grande, máquinas de furação e de costura.
Foi lá que Mauricio Jabur, 43, construiu um simulador de fliperama e uma máquina que move bolinhas de gude com a ajuda de uma manivela. “A máquina não serve para muita coisa, mas dá orgulho de ver funcionando”, diz ele, em entrevista ao Projeto Draft (http://projetodraft.com/saiba-como-funcionam-os-laboratorios-de-inovacao-fab-labs-espalhados-pelo-brasil-e-como-voce-pode-usa-los/#sthash.eYvoXr78.dpuf).  
Para Eduardo Lopes, fundador do Garagem Fab Lab, outra unidade localizada na cidade de São Paulo, o mérito deste tipo de ideia é emancipar as pessoas. Um dos primeiros projetos conduzidos em suas instalações foi justamente uma bicicleta com estrutura em madeira, produzida por um eclético grupo formado por entusiastas de bikes, designers, arquitetos e curiosos, depois de meses de discussões. “Já tivemos aqui também o caso de um marceneiro que fabricou a própria prótese após perder os dedos da mão”, revela, em entrevista para a Foha de S.Paulo (http://www1.folha.uol.com.br/tec/2013/12/1385485-impressoras-3d-e-outras-maquinas-dao-folego-ao-movimento-faca-voce-mesmo.shtml). “Mais importante do que o laboratório, é a comunidade que se forma ao redor dele”.
Heloisa Neves, diretora executiva da Fab Lab Brasil Network, está negociando um edital da prefeitura para a implantação de 12 laboratórios de fabricação públicos na cidade, para ajudar a tornar estes espaços, que se definem como um espaço em que pessoas de diversas áreas se reúnem para realizar projetos de fabricação digital de forma colaborativa, ainda mais populares. “Afinal, a ideia dos fab labs é essa mesmo, a de servir a comunidade”.
 
Saiba mais:
 
Por dentro de um hackerspace no Brooklyn
 
Eduardo Lopes explica o conceito do Fab Lab
 

COMENTAR

Enviar Comentário

comentários