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Financiamento coletivo: um por todos, todos por um

10 de Setembro de 2015

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Tem um projeto legal mais precisa de dinheiro para colocá-lo em prática? Tire as ideias (suas ou dos outros) do papel com o crowdfunding
 
Depois de passar um ano sem patrocínio, a campeã olímpica Maurren Maggi tomou uma atitude inusitada para conseguir grana suficiente para seus treinos: criar uma vaquinha online. Sim, exatamente aquela prática antiga através da qual várias pessoas dão um pouquinho de dinheiro cada para comprar algum produto.
 
Com a internet, ‘fazer uma vaquinha’ ficou bem mais fácil: você alcança muito mais pessoas, que nem precisam te conhecer, mas curtem a ideia que você está propondo. O nome da prática também mudou: agora é “crowdfunding”, ou ‘financiamento coletivo” em português.
 
Nomenclaturas à parte, o que importa é como tudo funciona. No caso de Maureen, ela pediu ajuda para todo mundo: amigos, familiares, fãs, jornalistas e atletas para arrecadar R$ 100 mil na primeira fase dos treinos para as Olimpíadas de 2016, e era possível contribuir com valores entre R$ 30 e R$ 15 mil. Quando o prazo de quatro meses terminou, ela tinha alcançado quase metade do valor. Não era o suficiente, mas ajudou a adiantar os treinos. Uma taxa de 12% foi recolhida pelo site de financiamento e o restante foi para Maureen.
 
Nesse caso, o site utilizado foi o Kickante, um dos mais conhecidos sites de financiamento, que abriga inúmeras iniciativas de impacto social, como o Médicos Sem Fronteiras e o Greenpeace. A vantagem do Kickante são as campanhas flexíveis, onde mesmo que você não arrecade todo o valor solicitado, ainda recebe o total que conseguiu juntar e apenas 12% do valor é revertido para o site. E você só paga se receber fundos, simples assim, com risco zero.
 
O site mais famoso de crowdfunding no Brasil, no entanto, ainda é o Cartarse, que já financiou mais de 1700 projetos e arrecadou cerca de 31 milhões de reais nas vaquinhas. Nele, os realizadores têm até 60 dias para captar a meta financeira que determinaram para o projeto acontecer. Em troca dos apoios, oferecem recompensas criativas, como brindes, autógrafos, produtos relacionados ao projeto... qualquer coisa que a pessoa ache legal. O objetivo é bater a meta no prazo para receber o valor arrecadado ou todos apoiadores recebem o dinheiro de volta. E nada é cobrado da pessoa que criou o projeto, mas ela também não recebe.
 
Por sinal, o Catarse realizou, em parceria com a empresa de pesquisa Chorus, um levantamento para entender o perfil das pessoas que investem neste tipo de projeto no nosso país. E o perfil típico é bastante sintomático: homem, morador do Sudeste, entre 25 e 30 anos, com renda de R$ 3 mil a R$ 6 mil mensais, funcionário de uma empresa privada da área de comunicação, administração ou tecnologia.
 
A pesquisa, batizada de Retrato do Financiamento Coletivo no Brasil, ouviu 3.336 pessoas, assinantes de newsletter e seguidores do Catarse em redes sociais, que responderam a um questionário. O estudo mostra que os projetos que despertam mais interesse dos financiadores, de acordo com a pesquisa, são aqueles que fomentam atividades artísticas e culturais de forma independente, escolhido como opção por 52% dos entrevistados.
 
No Brasil, já existem mais de 30 sites do gênero e a tendência é de crescimento, principalmente se considerarmos o sucesso do financiamento coletivo lá fora, onde o site mais famoso é o Kickstarter. Projetos culturais, esportivos, socioambientais ou até de inovação tecnológica, vale tudo. As ideias mais bem-sucedidas do Kickstarter arrecadaram milhões de dólares custeadas por milhares de pessoas. Alguns fizeram isto em poucos dias, ou mesmo horas!
 
A gente dá um exemplo: um console de videogame diferente baseado no sistema Android, o OUYA, não apenas bateu sua meta em oito horas, como conseguiu nove vezes mais grana do que precisava no final da campanha: quase 8,6 milhões de dólares.
 
E não para por aí: empresas têm visto no crowdfunding uma forma de mediar a aceitação de novos produtos e apostar em ideias não tão convencionais, levando o processo para além da captação de recursos. A Sony, por exemplo, já criou três campanhas de financiamento coletivo na espera de obter o feedback dos usuários para a produção de produtos inovadores em larga escala. "Captação de fundos não é o ponto aqui", disse um porta-voz da Sony. "Crowdfunding nos ajuda a recolher feedback antes dos produtos irem para o mercado".
 
Investidores também estão de olhos nas campanhas de financiamento coletivo. Já existem diversos casos de empresas que só conseguiram bons investidores depois de conseguirem sucesso em suas campanhas de crowdfunding, como no caso da empresa que desenvolveu o óculos de realidade virtual Oculus VR  que iniciou suas atividades em 2012, na garagem de um dos sócios. A ideia era ótima: óculos que trabalham com realidade virtual e deixam os jogos de videogame muito mais reais, mas sem tela de computador.  A meta inicial era de US$ 250 mil, mas o projeto levantou US$ 2,4 milhão, quase dez vezes mais do que precisavam!  

É importante lembrar que o financiamento vai além de produtos. Projetos também têm bastante sucesso em arrecadações, em temas bastante variados, que vão desde lançamentos de filmes e álbuns até projetos de trabalho. Isso mesmo. Em entrevista para o Planeta Sustentável a jornalista Natália Garcia conta que já conseguiu levar dois projetos adiante com a ajuda do crowdfunding e foi a primeira brasileira a arrecadar dinheiro para um trabalho jornalístico.
 
O primeiro trabalho, chamado Cidade para Pessoas, visitou 12 cidades europeias planejadas por Jan Gehl -- arquiteto responsável pela malha urbana de municípios considerados modelos de desenvolvimento --, e verificar as soluções encontradas para melhorar a circulação de pessoas. Conseguiu R$ 25 mil e concretizou a ideia em dois anos. No segundo projeto, ela propôs a mesma ideia, mas desta vez em cidades do continente americano. Arrecadou R$ 17.367, acima dos R$ 15 mil que precisava. "Os próximos passos são viabilizar o fechamento do material já apurado e escrever um livro sobre as duas primeiras fases. Também temos a ideia de realizar uma terceira etapa para o projeto, visitando cidades africanas", conta Natália.
 
Seja para tirar uma ideia legal do papel ou para ajudar os outros a desenvolver projetos interessantes, o crowdfunding acaba despertando a solidariedade e sendo a ponte entre quem deseja doar com quem efetivamente precisa de ajuda! Tem algum projeto legal para pôr em prática? Conte para gente!
 
 
 
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