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Eu quero, eu posso, eu faço

29 de Outubro de 2015

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Todo o poder de uma sigla simples e cheia de significado:
 DIY (do it yourself ou “faça você mesmo”)
 
Embora a Geração Beat, surgida na década de 1950, seja considerada por alguns historiadores como o primeiro traço da chamada contracultura, foi apenas na década seguinte que ela atingiu o seu ápice e começaram a surgir diversos grupos de jovens que tinham uma postura questionadora com relação à cultura. Foi o caso dos hippies, que tiveram no festival musical de Woodstock o seu grande encontro.  
 
Por volta de 1970, quando a Guerra do Vietnã colocou os EUA em uma posição desconfortável no cenário geopolítico, a contracultura fez nascer outro importante movimento de massa, conhecido como movimento punk. Um dos pilares do movimento punk era aquele que dava ainda mais força ao crescimento da cultura underground, fora dos grandes meios: o chamado do it yourself (em português, "faça você mesmo", e que atende também pela sigla de DIY).
 
Aplicado em todas as áreas do conhecimento, o pensamento do DIY fez eco inicialmente no mundo da música. As bandas punks mantinham controle pleno e absoluto de cada passo necessário para o lançamento de seus discos: faziam as gravações em suas próprias garagens utilizando tecnologias rudimentares de registro sonoro que começavam a ser barateadas; criavam as capas utilizando métodos de colagem similares aos que eram vistos nos fanzines; faziam poucas cópias em fitas cassete baratas; e cuidavam eles mesmos da venda de discos e demais materiais de merchandising como camisetas, pôsteres e adesivos.
 
Logo depois, o do it yourself seria abraçado por uma série de outros movimentos culturais, incluindo a galera do skate, por volta dos anos 80 – que, além de fazer os próprios equipamentos, consertando rodinhas e modelando shapes, mergulhava na marcenaria para criar rampas em lugares que não existiam.
 
Nos dias de hoje, com os avanços tecnológicos e as plataformas/aplicações digitais, ficou muito mais fácil para esses músicos independentes – que, com um único computador, conseguem gravar, mixar, copiar, divulgar e ainda vender e analisar os resultados de seus discos. A tecnologia transformou o DIY numa espécie de movimento, muito mais fácil e simples de abraçar – e que atinge rigorosamente todas as áreas, extrapolando o mundo da música. Uma simples busca no YouTube revela dezenas de vídeos ensinando a fazer em casa toda uma série de coisas, de pequenos itens de decoração a roupas, passando por móveis e até mesmo carros elétricos.
No começo do ano, durante o Rio Info - Encontro Nacional de Tecnologia e Negócios, a professora de robótica e mestra em matemática aplicada Cristiane Santos mostrou algumas inovações criadas por jovens inventores, como uma bicicleta eletrônica e a horta automatizada: “O pessoal fica em casa e pelo controle automatizado, pode checar pela internet o estágio em que ela está, o que está precisando e tomar decisões”, afirma Cristiane, em entrevista ao site Convergência Digital.
 
Ela diz ainda que, como a tecnologia está mais acessível hoje em dia e não exige necessidade de conhecimentos mais profundos em eletrônica ou programação, isso amplia a oportunidade de as pessoas terem ideias inovadoras e poderem desenvolvê-las sozinhas.
 
“Quando o movimento DIY surgiu, a ideia era apenas tentar ultrapassar os limites do que era tradicionalmente oferecido, mostrar que dava para ir além”, explica Carla Sinclair, antiga editora-chefe da revista Craft e fundadora do blog de inovação Boing. “Mas nos dias de hoje, é tudo mais sobre encorajar as pessoas a fazerem suas coisas por conta própria ao invés de comprarem algo igual ao que centenas de outros já têm – oferecendo com isso bens originais, inesperados, alternativos”.
 
Em seu livro D.I.Y. Design It Yourself, Ellen Lupton complementa dizendo que é possível ver pessoas fazendo as coisas por conta própria no mundo inteiro, criando o que precisam para atender suas necessidades e interesses particulares. “Mas antes disso tudo, vem o prazer que surge de desenvolver uma ideia, tornando-a fisicamente real e compartilhando com outras pessoas”.
 
Outra autora especializada no tema, Amy Spencer, defende em seu DIY: The Rise of Lo-Fi Culture, que o “faça você mesmo” é uma forma que cada um de nós tem de moldar a sua própria identidade cultural, desenvolvendo nossas versões únicas e particulares do que achamos que está faltando na cultura de massa. “Você produz sua própria revista, grava seu próprio disco, publica seu próprio livro. O segredo aqui é que qualquer um pode ser um artista ou produtor. O ponto é que é preciso se envolver”.
 
E você, está a fim de se envolver? O que você gostaria de fazer por conta própria?
 
Saiba mais:
 
 
 

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