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Consumo, logo produzo

23 de Novembro de 2015

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Quem trabalha com o mundo digital conhece esta sigla já há alguns anos: UGC. User generated content – ou, em bom português, conteúdo gerado pelo usuário. A palavra-chave para quem quer se dar bem no universo das redes sociais, por exemplo.
Colunista do jornal The New York Times, David Brooks afirma (http://www.aspenideas.org/blog/david-brooks-talks-modesty-or-lack-modesty)  que hoje os americanos não são mais uma sociedade de auto repressão, que se impede de fazer algo, mas sim de auto expressão, que cada vez quer falar mais e dizer o que pensa.
Olha, Mr.Brooks, não são apenas os americanos. Mas o mundo inteiro. Não apenas as pessoas querem falar: agora elas PODEM falar. Todo conteúdo de um grande portal, por exemplo, tem lá no final uma área de comentários para que as pessoas possam discutir, criticar, elogiar. Mas vai muito além. Porque este conteúdo pode ser comentado e dissecado também no perfil de cada um no Twitter, no Facebook, no Instagram, no Pinterest, no Tumblr.
E, claro, no seu blog pessoal. Todo usuário - ou “internauta”, como se dizia no final da década de 90 – é hoje também uma mídia, um amplificador de mensagem, em maior ou menor escala.
Como dizem os grandes especialistas do universo web, vivemos uma época em que não temos apenas mais apenas consumidores (consumers). Mas sim os chamados prosumers, junção de producers + consumers, aqueles que não apenas consomem, mas também produzem conteúdo. O chamado UGC, o conteúdo gerado pelo usuário sem necessariamente ter a participação de uma marca.
“As empresas não estão mais controlando completamente os seus produtos, marcas ou mensagens. Hoje, são os consumidores que estão no controle”, diz a escritora e empreendedora Susan Gunelius, em artigo para a Forbes (http://www.forbes.com/sites/work-in-progress/2010/07/03/the-shift-from-consumers-to-prosumers/).
Este tipo de controle está migrando não apenas da construção de conteúdos, de imagens, de textos, de vídeos, para uma outra forma de expressão ainda mais significativa: a construção de seus próprios produtos, do jeitinho que as pessoas querem. É o que vem sendo chamado de UGP. User generated products – ou produtos gerados pelo usuário.
 

O escritor B. Joseph Pine II já dizia, lá em 1992, em seu livro “Mass Customization: The New Frontier in Business Competition” (http://www.amazon.com/Mass-Customization-Frontier-Business-Competition/dp/0875843727), que não existe mais esta coisa de “ah, um tamanho atende a todos os gostos”. Aliás, é dele uma frase que faz muito sentido quando a gente pensa em customização e personalização, termos que têm sido frequentemente comentados aqui neste blog: “cada consumidor é o seu próprio mercado”.

Henry Ford, o papa da indústria automobilística, costumava dizer que “cada um pode ter um carro pintado da cor que quiser, desde que ele seja da cor preta”. O mundo mudou bastante de lá para cá. Hoje o que não faltam são iniciativas de montadoras querendo ouvir a sua voz, a sua opinião – permitindo que você escolha não apenas a cor do carro, mas uma série de outros elementos de sua montagem, acessórios, decoração, aparelhos de som...

 

E, aliás, vamos ser honestos: hoje já tem gente fazendo carros em casa. Vejam o caso do jovem afegão Mustafa Mohammadi, que criou, em 45 dias e usando apenas 2 mil dólares, um carro elétrico que funciona com energia solar, batizado de Photon.

Mais UGP do que isso, impossível. 

 

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