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A ciência da felicidade

18 de Junho de 2015

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Como esse novo ramo da psicologia vem aumentando nos consultórios e pode te ajudar a viver uma vida mais leve
 
Para falar de mais sobre psicologia positiva (iniciamos a conversa no post "Psicologia positiva, você sabe o que é?"),
temos que voltar um pouquinho para os primeiros anos da psicologia como a conhecemos hoje. Resumindo bastante, podemos dizer que lá nos seus primórdios, o campo da psicologia foi criado para tratar três situações comuns aos seres humanos:
 
1) Curar as doenças mentais;
 
2) Tornar mais feliz a vida das pessoas;
 
3) Identificar e cultivar talentos humanos.
 
Depois da Segunda Guerra Mundial, que abalou toda a sociedade, houve um aumento no número de pessoas com problemas como traumas, fobias e depressão. Foi mais ou menos nessa época que a psicologia acabou ficando muito focada apenas no número 1 dessa lista. Ela precisava resolver problemas, minimizar a tristeza ou dar um jeito de trabalhar melhor as sensações negativas.
Em 1950, surgiu a chamada Revolução Cognitiva, que passou a lançar um outro olhar sobre a psicologia novamente. Os cognitivistas não consideram mais o indivíduo como apenas o resultado de estímulos e respostas, como faziam os behavioristas antes deles, mas sim como um ser que organiza criativamente os estímulos recebidos no ambiente. Este resgate do “eu” abriu as portas para que, décadas mais tarde, os números 2 e 3 da listinha acima fossem resgatados.
 
Foi em 1998 que Martin Seligman e Mihaly Csikszentmihalyi surgiram com a ideia de estudar a psicologia não só em sua capacidade de minimizar a tristeza – mas também como uma área capaz de criar a felicidade. Para isso, dedicaram-se ao estudo das forças e virtudes humanas que nos permitem conquistar um desenvolvimento pleno. Eles partem de um princípio simples: todo mundo quer viver uma vida feliz, certo? Mas como fazer isso? Desde a Antiguidade, pessoas como o filósofo Aristóteles descobriram o que talvez seja a chave da felicidade: desenvolver virtudes, ou atitudes positivas perante a vida. Pode parecer clichê, mas a felicidade está dentro de nós mesmos, e a psicologia positiva se propõe a nos ajudar a encontrar essa danada.
A psicologia positiva está no centro de estudos muito interessantes sobre a importância da felicidade e sua repercussão na nossa vida individual e em sociedade. Com isso, alguns psicólogos tradicionais estão aplicando essa teoria com o objetivo de aumentar ou promover a felicidade das pessoas. O psicólogo Helder Kamei, por exemplo, passou a exercer a psicologia positiva em suas consultas após ler um livro sobre o assunto em 2006. No fim desse post, você poderá assistir uma palestra recente realizada por ele no TEDx Jardins que explica sobre os benefícios dessa ciência que valoriza o lado bom da vida.
 
Ele se debruçou sobre o manual de classificação de forças e virtudes que Martin e Mihaly desenvolveram (que você também encontra ao final deste post!) e percebeu logo de cara que diminuir a infelicidade não é a mesma coisa que aumentar a felicidade. Primeiro porque a coisa é fisiológica: os circuitos do cérebro que regulam o prazer são diferentes dos circuitos que regulam o desprazer e a dor.
 
Outro ponto interessante de seus estudos é o reconhecimento dos fatores influenciadores da infelicidade crônica. Pesquisas apontam que a sensação constante de tristeza tem 3 origens: 50% dela já vem com a gente, é genética, é nosso temperamento biológico. Apenas 10% vem das circunstâncias (como o lugar onde você nasceu, sua classe social, acontecimentos da vida etc.). E 40%, que é um bom número, é determinado por atividades intencionais, ou seja, nossos pensamentos e comportamentos. Enquanto a genética é impossível de ser mudada e transformar as circunstâncias muitas vezes está fora de nossa capacidade, nos resta caprichar nas atividades intencionais para encontrar a tão querida felicidade!
 
Na palestra, Helder se baseia na psicologia positiva para propor caminhos para alcançar a felicidade autêntica. Basicamente, existem três maneiras de alcançá-la:
 
  • Com uma vida prazerosa: buscar emoções positivas, vivenciar o máximo delas. Para conseguir essa busca, o importante é se perceber e procurar cultivar sempre duas emoções boas para cada ruim.
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  • Com uma vida engajada: ou seja, procurar ficar mais em flow - sabe quando você está executando uma tarefa legal e nem percebe que o tempo passou? Isso é chamado de flow. Nesse estado, você está motivado sem precisar ter uma recompensa ao final da atividade. A motivação não é o fim, mas é o processo.
  •  
  • Com uma vida significativa: e se você viver a vida inteira em flow? Claro que isso é uma missão quase impossível, mas tem lógica. Uma vida significativa quer dizer servir a uma causa maior que você mesmo e deixar um legado para a humanidade depois que você se for.
 
Seligman, o fundador da psicologia positiva, diz que na verdade a felicidade é a soma dessas 3 maneiras de levar a vida. A vida significativa é a mais certeira delas, mas se não for somada às emoções positivas (embora passageiras) da vida prazerosa, ela pode deixar você com a sensação de que ainda falta algo. Mas também de nada adianta levar uma vida cheia de momentos incríveis, mas sem um sentido maior.
 
Uma matéria de 2005 na revista Superinteressante encerra bem esse raciocínio: “a vantagem de dividir a felicidade em três é que assim fica mais fácil definirmos nossos objetivos. ‘Buscar a felicidade’ é uma meta meio vaga, fica difícil até de saber por onde começar. Mas, se você se conscientizar de que basta juntar essas três coisas – prazer, engajamento e significado – para a felicidade vir de brinde, a tarefa torna-se menos penosa. Seligman acha que um dos maiores erros das sociedades ocidentais contemporâneas é concentrar a busca da felicidade em apenas um dos três pilares, esquecendo os outros.”
 
A busca da felicidade é o que nos empurra para a frente – a insatisfação nos inspira a inovar.  Os benefícios da positividade são tantos que podem até melhorar sua criatividade. Uma pesquisa feita pela Universidade de Ontario mostra que manter o pensamento positivo faz com que você possa absorver melhor novas ideias e ter uma mente mais aberta. Para chegar nessa conclusão, os cientistas dividiram 87 pessoas em três grupos. Um deles assistiu vídeos positivos no YouTube. O outro, viu vídeos chatos e negativos. O último participou de uma atividade neutra, que não caía nem para o lado bom nem para o lado ruim das coisas. Depois disso, todos tiveram de fazer alguns testes de habilidade e criatividade. Como você já deve imaginar, as pessoas que viram os vídeos positivos tiveram um resultado muito melhor do que os demais. Ou seja, se você quer estimular novas ideias, mantenha a positividade! Dessa forma, sua mente estará mais aberta para possibilidades e as ideias irão fluir mais rápido.
 
Mas não esqueça: a infelicidade vai aparecer sim, por mais que sua busca pela felicidade seja infindável. Aproveite esse momento para se mexer.. :)
 
Saiba mais:
 
 
 
 
 

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